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Adulto e trabalho parecem ser sinônimos. Por volta dos 20 anos de idade as escolhas profissionais acontecem, seja por influências externas ou necessidades, seja por vontade própria. Nesta fase da vida é muito difícil ter consciência dos próprios talentos e muito menos ter conhecimento das inúmeras possibilidades que o mundo do trabalho oferece.

A tendência é nos dedicarmos a esta primeira área iniciada na juventude. Isto, por si só, não é negativo, mas também não é um nó. Com esta metáfora quero dizer que temos liberdade para fazer mudanças no campo profissional em qualquer tempo, especialmente se a sensação é de desgaste emocional e mental.

MOTIVOS PARA FAZER A TRANSIÇÃO PROFISSIONAL

A transição profissional pode ser motivada por causas internas e externas. Listarei aqui algumas delas:

Causas internas: insatisfação com o ambiente de trabalho, remuneração abaixo do esperado ou desejado, conflitos com valores internos, falta de oportunidades de crescimento, pressões crescentes por resultados, natureza do trabalho incompatível com as competências do profissional, distância do trabalho, atividade entediante, viagens constantes, excesso de responsabilidades etc.

Causas externas: mudança de área de atuação, promoção, reestruturação na empresa, demissão, extinção do cargo ou da profissão, aposentadoria, abertura de negócio, baixa oferta de trabalho no mercado etc.

Toda transição gera insegurança, independentemente do que a motivou, mas pode ser encarada como desafio para aprender novas habilidades se as coisas forem colocadas num contexto mais amplo.

A TRANSIÇÃO PROFISSIONAL COMEÇA PELO LADO DE DENTRO

Mudança de empresa, mudança de área ou função, mudança de nível técnico para nível de liderança, mudança de empreendedor para profissional autônomo, mudança de empregado para empreendedor. Estes movimentos configuram-se como transição profissional, situação propícia para análises e reflexões sobre o caminho percorrido até então e das condições para seguir em frente considerando novos modelos de trabalho.

A maneira como o profissional reage e lida com a transição impacta nas suas decisões e ações. Quando é capaz de observar sem julgamentos os seus pensamentos recorrentes, receios e esperanças que ocupam sua mente, vê a si mesmo de forma mais ampla e desenvolve a clareza para enxergar outras possibilidades de atuação.

Na transição profissional aparecem necessidades de autodesenvolvimento e mudanças de atitudes e postura, podendo causar ansiedade. No entanto, reconhecer gaps e pontos de melhoria pode trazer um sentido de renovação, independentemente da idade da pessoa.

Recomeçar não significa partir do ponto zero, mas sim do ponto em que se parou, pois os conhecimentos e experiências de algum modo se somam aos novos requisitos e demandas. Ver a transição por esta perspectiva gera autoconfiança e energia, condições essenciais para explorar novas opções no mundo do trabalho.

CONSTRUINDO A PONTE DA TRANSIÇÃO PROFISSIONAL

“Foram anos de dedicação àquele trabalho. Estudos, troca de conhecimentos, relacionamentos construídos, expectativas, conquistas, frustrações, aprendizados, prática e mais prática. E agora, o que vou fazer?” Não é incomum encontrarmos pessoas com questões como esta, que remetem à transição profissional.

Vivemos tempos de mudanças velozes, atividades humanas sendo substituídas pela tecnologia, empresas querendo profissionais qualificados e multifuncionais. Os ciclos profissionais encurtaram, impactando no conceito de “carreira” que se tornou mais abrangente e flexível.

Por outro lado, isso traz maior liberdade aos profissionais na medida em que se sentem à vontade para buscar trabalhos onde seus talentos e capacidades sejam aproveitados e lhes propiciem um maior senso de realização.

AS ETAPAS DA CONSULTORIA

O processo de transição profissional compreende basicamente 3 etapas.

Como tratado acima, a etapa 1 refere-se ao que motivou a transição, podendo ser de causa interna ou externa.

A etapa 2 vai considerar o estado emocional do cliente, como ele está reagindo e lidando com a situação.

Vamos então à terceira parte do processo de transição profissional. Consideramos primeiramente uma transição de causa interna, podendo ser por insatisfação com o ambiente de trabalho, remuneração abaixo do esperado ou desejado, conflitos com valores internos, falta de oportunidades de crescimento, pressões crescentes por resultados, natureza do trabalho incompatível com as competências do profissional, distância do trabalho, atividade entediante, viagens constantes, excesso de responsabilidades etc. Neste caso geralmente o cliente vem com algumas opções em mente, mas não sabe como conseguir implementar seus objetivos. Analisamos o que aconteceu, o que o levou à atual circunstância. Na sequência os seus planos são estudados por várias perspectivas até o ponto em que se sinta seguro para implementá-los.

Quando a causa da transição é de ordem externa, por exemplo: mudança de área de atuação, promoção, reestruturação na empresa, demissão, extinção do cargo ou da profissão, aposentadoria, abertura de negócio, baixa oferta de trabalho no mercado etc. o processo é conduzido da seguinte forma: abrimos um leque de opções de atuação partindo das competências mais fortes do cliente estimulando-o a pensar de forma ampla e profunda por meio de perguntas direcionadas, exercícios e pesquisas específicas. Ao visualizar diversas possibilidades de atuação o cliente desenvolve um estado mental positivo, pois não fica restrito a apenas uma opção de trabalho.

COLOCAR-SE EM MOVIMENTO

Tendo esgotado o leque de opções, é possível colocar-se em movimento a partir da escolha de uma área ou atividade específica. O plano de ação é definido com base nos recursos necessários – tempo, dinheiro, energia, competências, networking etc.

Avalia-se o progresso a cada reunião de consultoria com os devidos ajustes de rota e melhor dimensionamento, se necessário.

A transição profissional geralmente não é fácil, mas pode ser mais leve e enriquecedora quando se tem alguém para pensar junto.

Elenice Brusque é graduada em Psicologia com especialização em Gestão de talentos e carreira e formação em Coach pessoal e profissional. Há 20 anos presta serviços de consultoria pra empresas de diversos portes e segmentos na área de gestão estratégica de pessoas. Atua como consultora para transição e desenvolvimento profissional, somando mais de 1200 horas de atendimento individual. Mora em Curitiba – PR, atendendo presencialmente e por Skype.